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Gabriela Moreira

A raíz da escassez

Atualizado: 16 de nov. de 2022

Você está em uma longa caminhada. Você começa a ficar com muita sede, você caminha e caminha...


Até que encontra uma fonte, com uma água pura e cristalina. Lá tem um homem vestindo terno, sentado, que olha pro seu estado e lhe diz: "uau, você parece realmente estar com bastante sede meu caro! seja bem vindo, aqui a água é abundante, fique a vontade para beber como quiser. No entanto, tenho uma condição- você só pode beber dessa água se utilizar desse recipiente que lhe entrego (uma peneira!)."

Você está com muita sede você, por isso você aceita essa condição, mesmo com o seu córtex pré-frontal surtando e perguntando: "como é possível eu beber água usando uma peneira??? E porque cargas d'água esse cara me deu uma peneira?".

Com seu sistema límbico de sobrevivência ativado você ignora esses pensamentos, pega a peneira, e colocar dentro da fonte e retira. Algumas gotas caem em sua boca. Você repete esse movimento outra e outra vez. Por causa da sede você aumenta a velocidade, mas sua sede não é saciada, o recurso da água se esvai até antes de chegar a sua boca e aos seus tecidos.

Depois de horas a fio sua sede começa a ser saciada, mas porque suou tanto você começa a sentir sede novamente, e você continua naquele movimento. Parece que tem uma magia atuando sobre você, você pensa 'humm e se eu usar a minha mão em vez dessa peneira, ou se eu só continuar caminhando e encontrar outra fonte?' Mas por causa dessa adrenalina você os ignora.

E assim você permanece nessa fonte por décadas ou talvez pelo resto de sua vida, porque você não tem um recipiente sólido o suficiente para conter a água, você não pode matar sua sede porque não tem um copo. Sua sede nunca é saciada, você precisa de mais e mais.


Essa pode parecer uma história idiota, mas pra mim ela representa como eu vim me relacionando com os recursos da vida, com o tempo, com o dinheiro. Eu fiz dos meus corpos uma peneira. Sem substância, sem superfície para receber os recursos, sem chão pra receber o pé, sem solo para plantar a semente, sem copo para servir a água.

Ontem no almoço, começamos a conversar aqui na comunidade que estou vivendo sobre escassez. Uma pessoa mencionou como ela percebeu no tempo em que ela morou na Suíça, que as pessoas lá são podres de rica e ainda assim não assumem responsabilidade para temas pra além da sobrevivência, ainda assim vivem vazias, ainda apenas sobrevivem mesmo com tanto recursos.

Me chocou ouvir que mesmo pessoas podres de ricas vivem na escassez porque está tão arraigado em mim essa ideia de que o dinheiro é o ponto central de valor. De que dinheiro é sinônimo de abundância. Nesse momento algo em mim se contorceu, uma parte do meu sistema de crenças fez um bug. Tomei consciência de uma história tão arraigada que opera no meu sistema: "se as pessoas tivessem dinheiro suficiente, elas não teriam que trabalhar com coisas que não gostam, elas poderiam se dedicar a regenerar o planeta, a amar, evoluir, se conectar. Se dinheiro não fosse um problema, as coisas estariam resolvidas". Percebi como isso habita meu sistema de crenças e como isso se reflete na minha vida individual, como eu crio, como eu penso. "Quando eu tiver o suficiente de tempo e dinheiro vou fazer isso", "Preciso fazer dinheiro", coloco o dinheiro no centro por medo de não ter suficiente.

Essa mesma pessoa trouxe uma imagem que acertou meu coração e que originou essa breve história do começo dessa Newsletter: "as pessoas durante a infância, por falta de afeto, de espaço seguro, de amor, de base criam buracos em seus corpos emocionais, energéticos, para talvez conseguirem receber um pouco mais de atenção, de cuidado." Como uma peneira, não há preenchimento. Crescemos sem substância, vazios, furados, com nossas estruturas internas em escassez de nutrição. Independente do que você faça nada é suficiente porque você está furando pelas balas emocionais que atravessaram você ao longo da vida.

É como tentar beber água usando uma peneira como copo, sempre que você vai levá-la a boca a água já se esvaiu, fica apenas uma pequena gota. Sua sede nunca é saciada. A água não vai entrar em contato com o seu corpo, não vai matar a sua sede, por mais que jorre água em abundância. O problema não está na água, está na superfície. O problema não está na falta de recursos, está no solo que os recebe.

Antes eu me perguntava como posso gerar mais dinheiro para sair dessa preocupação constante de como vou viver a próxima aventura. Como posso ter mais? Como ter mais pessoas nos meus treinamentos? Queria mais água jorrando sem antes mudar a peneira pra um copo. Queria preencher algo que não tinha superfície para ser preenchido. Por isso mesmo pessoas com tanto dinheiro continuam se sentindo vazias. Mesmo tendo um relacionamento você se sente sozinho. Mesmo comprando, nunca há suficiente.

Nesse último mês percebi como, mesmo trabalhando com o que me nutre, eu vim me sobrecarregando. Eu estava criando a partir das vozes do sistema, do capitalismo "você precisa produzir mais", "você precisa ter mais dinheiro". Minha criação estava partindo do centro da escassez.

O que está integrando em mim agora é que o dinheiro de fato não é um problema. O x da questão está na forma de pensar, no mapa que uso pra navegar no mundo dinheiro, assim como o mapa que uso pra navegar nos sentimentos. O dinheiro é só uma ferramenta para troca de valor. E eu escolhi inconscientemente colocar essa ferramenta no centro da minha vida e me tronar vítima dela. A linguagem do universo é responsabilidade radical, se estou no baixo drama sobre isso, não tenho nenhum poder de escolha ou de mudança. "O contrário da escassez não é abundância, é criação" (Clinton Calahan). É a criação de você como recipiente, é a criação desse espaço em si que é capaz de receber e de ser preenchido. Não por dinheiro, não por elogios, apreciação, relações, fama, comida, compras. Mas preenchido de si, da sua própria fonte, da sua própria autoridade, preenchido do seu Ser. Se você tem buracos em si não é possível você conter a sua própria energia em si.

E por que não há nenhum interesse por parte do governo, das escolas, dos sistemas de "saúde" criarem consciência sobre isso? Porque a escassez é o epicentro que alimenta a Cultura Moderna, é o eixo central do capitalismo. A partir da escassez seu sistema límbico fica automaticamente ativado, você se torna um zumbi que caça pela sobrevivência, só você importa, você vira um prostituto mal pago do sistema, você vende seu hoje, suas relações para ter um 'amanhã'. Você pode ser facilmente controlado e manipulado por propagandas, músicas, novelas, notícias. Essa crença de "se eu conseguir muito dinheiro serei livre" é uma armadilha muito saborosa para seu Gremiling e seu ego. Essa história é muito razoável para você se manter como um zumbi tendo como esperança de premiação essa promessa infundada.


O QUE EU TENHO É O QUE EU QUERO

Mas como é possível que eu queira escassez? Eu quero o contrário na verdade, eu quero muito dinheiro fluindo por minha conta. Eu não quero ficar preocupada com os boletos e com quanto eu tenho na carteira. Se eu tenho o que eu quero, e o que eu quero é dinheiro porque eu não o tenho então? Essa é uma pergunta interessante que estou habitando. E quero partilhar algumas das minhas descobertas sobre isso também com você! A gente aprende que a melhor forma de obter algo é primeiro desejar. "Quero mais dinheiro", "quero um parceiro, um relacionamento lindo e sagrado", "quero viajar", "quero emagrecer", "quero mais saúde". Porém todas essas coisas não podem ser adquiridas. Você pode comprar o ticket da viagem mas você não pode adquirir a real experiência da viagem. Você pode ir na academia todos os dias, mas você não pode adquirir no plano da academia uma plenitude de centramento e de conexão com você mesma. Todos esses quereres são estados do seu Ser. Você cresceu em um mundo de fantasia de: "conseguindo o que desejo então serei feliz". Aprendemos que querer algo é a forma de criar a possibilidade de ter aquilo. No entanto, como esse artigo traz, querer coisas é exatamente o que te previne de tê-las. A gente não aprendeu a viver na linguagem do universo, da vida. Uma macieira não tem maça porque ela quer ter maças. Ela tem maças porque ela é uma macieira. Você não tem o que você quer. Você tem o que você é. Enxergar dessa forma permite que você veja o que você tem como um mapa do tesouro que te dá feedback sobre seu X no mapa no pequeno agora. O universo é um espelho perfeito. Alguns espiritualistas já fizeram isso ficar um pouco clichê, mas não deixa de ser menos verdade, "como acima embaixo, como dentro fora". Se você se define como um buscador de coisas é exatamente isso que você está criando na sua vida. Se você quer mais dinheiro e fica dizendo para si mesmo: “Quero ter dez mil dólares por mês na minha conta”, então o universo diz, “Ok”, e arranja para você exatamente isso. O universo e você criam todas as circunstâncias para continuar a ser o buscador e a pessoa que QUER ter dez mil dólares na sua conta. Se você quer algo, você antes tem que se tornar aquilo. Então como mudar quem eu sou? Como mudar a fôrma do seu ser? Passando por estados líquidos. O Possibility Managment vem experimentando, criando e pesquisando sobre isso a 30 anos e os resultados são reais. Mudando a forma do seu Ser você muda a forma como os outros, a vida, as situações se relacionam com você. Se você quer ter mais possibilidades de respostas para essa pergunta te convido a ler esse artigo que escrevi sobre minhas descobertas sobre isso. Estava assistindo a uma entrevista que Martina fez com Christine Dürschner e elas falavam sobre "todo mundo está onde eles exatamente desejam estar, cada um tem o que quer". Quando assisti esse vídeo pude sentir partes de mim começando a entrar em revolta e se questionar "como é possível eu querer estar com falta de dinheiro?", "como é possível uma pessoa desejar estar na miséria?" Eu deixei essas partes de mim de lado por um instante e me permiti realmente ouvir o que venho a seguir. "Se você opera na Cultura Moderna e você realmente está preso no sistema, e vejo muitas pessoas reclamando e bravas sobre onde elas estão, frustradas, o primeiro passo é realmente eles perceberem que "o que eu quero eu estou tendo. E se eu estou tendo algo que eu não quero então é porque tem propósitos ocultos, crenças antigas, emoções criando esse querer. Eu quero não significa isso é bom. Eu quero significa apenas "isso eu tenho". A realidade que eu tenho é o que eu estou construindo. Velhos constructos e decisões estão emanando frequência e sustentando uma realidade e projetando no mundo o que você teoricamente não quer" Olhando por essa perspectiva, de fato você está recebendo hoje o que você quer, de algum nível ou lugar. Alguma parte de você está querendo reclamação, competição, hierarquia. Porque você não foi iniciado a idade adulta o seu sistema ainda está segurando e emanando todos esses quereres do passado baseados basicamente em sobrevivência. A Próxima Cultura é sobre viver completamente como adulto livre e natural. Essa realização permite você se desnudar e perguntar ao seu eu adulto o QUE ELE QUER. O QUE EU REALMENTE QUERO?" Em outras palavras o que elas trazem é que estamos criando a partir de queres do nosso Gremiling, do nosso ego, da nossa criança. Eu não tenho o que "eu quero" porque ainda estou operando sobre crenças tão antigas que nem mesmo vejo que são elas que estão no comando da minha vida. Meu Gremiling e minha caixa se beneficia disso e faz de tudo pra que eu não veja ou perceba esses padrões, porque o propósito deles era me fazer sobreviver, e funcionou, então eles querem manter isso a todo custo. Qualquer mudança é uma grande ameaça pra essa parte em nós. Crio a partir do centro da escassez. Mesmo fazendo o que amo crio estratégias para me cansar e desistir e eu ter motivos pra dizer: tá vendo não da certo mesmo fazer o que se ama, você não é capaz mesmo de fazer isso está vendo. Ou então meu Gremiling pode se deliciar com o banquete de banca a vítima, fazendo o sistema, minha história de vida, as circunstâncias como vilões e dizer "pobre de mim, eu não tenho dinheiro, não posso fazer isso, a vida é difícil, não tem jeito mesmo". Entrego meu poder de fazer propostas, de criar possibilidades e fico aguardando um salvador chegar. Se você sente raiva o suficiente para mudar essa relação sua com o querer eu te convido a mergulhar nos experimentos que estão no fim dessa Newsletter. É impossível criar matriz para sustentar consciência apenas com a sua mente. Você precisa experimentar em todos seus corpos e aprender a ir ao estado líquido. Estou comprometida com seu comprometimento. Vamoos!!



1° EXPERIMENTO

Leia a Spark 82 e faça os experimentos dela

Pra você que acredita fielmente que o desejo é o primeiro passo para você conseguir o que quer, e depois disso você fica no constante querer e nunca tem o que você quer, então te recomendo fortemente clicar aqui e mergulhar nessa capsula de clareza! E se você fizer isso em um time melhor ainda.

Ps: Está em inglês, não use isso como motivo para não fazer esse experimento. Peça para um amigo traduzir ou use o google tradutor.

2° EXPERIMENTO

Se dinheiro é um "problema" na sua vida

Leia mais uma vez essa Newsletter. Depois se comprometa em fazer pelo menos 6 experimentos desse website. Você pode criar um time para praticarem, se apoiarem e compartilharem como foi fazer cada experimento. Pode ser que vão aparecer emoções. Então você pode pedir por Sessões de Cura Emocional a um Possibilitador (eu ofereço sessões e também posso indicar outras pessoas).



3° EXPERIMENTO

Participe de um Clube do Dinheiro

Você tem uma chance de mudar sua relação com isso que vem te "impedindo" de viver o que o seu ser está faminto de viver. O próximo time vai começar dia 11 de Outubro, com Nicole Hartley. Recomendo fortemente você entrar em contato com ela!

PS: Quando fizer uma dessas experiências, se quiser, compartilha comigo como foi, o que você aprendeu, quais foram as travas, seus sentimentos. Vou amar ouvir suas partilhas!


E a partir de novembro de 2022 começo a oferecer o programa de mentoria que chama Unfolding your Essence and you Value (floresça sua essência e desdobre o seu valor), nesse espaço vou estar no seu time, ao seu lado dando impulsos, amparando processos de cura, trazendo possibilidades para criação e expansão do seu círculo, te ajudando a criar seu site, sua newsletter. Nesse espaço vamos parir a abundância. Para saber mais sobre essa possibilidade entre em contato comigo em gabifagundes4@gmail.com.


Com Amor, Unfolding Essence Gabriela


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